A profissão mais completa do mundo

Postado por Renan Silva , sábado, 24 de abril de 2010 sábado, abril 24, 2010

É provável que muitos dos leitores deste blog já estejam pensando no vestibular. Alguns talvez já tenham superado essa fase, e outros nem começaram a pensar a respeito. Mas para os que estão nos preparativos, algumas razões para se fazer (ou não) jornalismo. A verdade é que ser jornalista é ter várias profissões. É ser psicólogo para falar com as fontes, ouvir seus problemas e, do meio de toda aquela conversa, retirar um pequeno trecho que possa ser útil na matéria. É ser um sociólogo preocupado com as causas sociais, para falar de assuntos difíceis, marginalizados. É ser um filósofo, principalmente sentado em um bar conversando com os amigos sobre as coisas bobas da vida. É ser um especialista em legislação, para não falar alguma bobagem que possa retornar em forma de processo. É ser um economista de primeira para saber se virar com a grana curta e muitos gastos. É ser um grande ator para conseguir encenar a qualquer momento que a reportagem o exija. É ser humorista, porque apenas com bom humor é possível conviver em harmonia com uma equipe tão doida quanto a do Focas. É ser um atletista para dar conta de correr atrás de tudo. É ser um literato para saber usar as palavras da forma mais atrativa, mas sem inventar informações. Em resumo, é ser versátil. Tá certo que o salário não é dos melhores, a jornada de trabalho é longa e cansativa, come-se apenas porcarias, mas nada substitui o prazer de ver um texto seu sendo lido pelas pessoas. Nada é mais compensador do que ter a certeza de que se fez a melhor matéria possível. E é isso que nos motiva a fazer a edição especial do Focas do Q?. Para quem não sabe o que fazer no vestibular, essa é a dica. Mas saibam que é um orgulho para toda a equipe fazer parte da profissão mais completa do mundo.

13 Response to "A profissão mais completa do mundo"

Taíssi Alessandra Cardoso Says:

Resumiu imensamente bem a profissão colega.
Eu completaria dizendo que não só o jornalista, mas o comunicador em geral, tem que buscar essa versatilidade no dia-a-dia, fazendo-se muitos em um só.

É isso aí, quem quer fazer comunicação deve estar ciente de que em alguns momentos (ou muitos) vai estar a beira da loucura, porém a recompensa gratificante do resultado sempre é o que faz a gente ver o sentido da profissão e se apaixonar por ela cada vez mais.

Anônimo Says:

Jornalista só não é, em 90% dos casos, entendido daquilo que fala. Por isso, eu penso cada vez mais na ideia de Jornalismo ser graduação de apoio a outra que realmente o faça dominar algo, e não apenas a técnica de escrever sobre. O "sobre", como fica? Pensem nisso!

Renan Silva Says:

Respeito sua opinião, mas discordo. É claro que vemos profissionais despreparados e incompetentes, aos montes. Mas pensar em jornalismo apenas como técnica de escrita é um pouco preconceituoso. É claro que aprendemos muito sobre como formular um texto criativo, até pela necessidade de prender o leitor e de fazê-lo sentir interesse pela informação. Mas o que seria do jornalismo sem os fundamentos éticos, a base teórica da comunicação? Para passar uma informação não é necessário ser um expert em todos os assuntos. É por isso que entrevistamos especialistas. Se fosse uma graduação de apoio, os jornais seriam fundamentados em artigos técnicos, em que cada especialista faria questão de demonstrar sua visão do assunto. E, falando sério, como isso seria chato. Mesmo assim, agradeço por expressar sua opinião.

Nessa Costa Says:

Realmente é um orgulho fazer parte da profissão mais completa do mundo. Ótimo texto Renan, adorei.

E se, em 10% dos casos, os jornalistas não são entendidos, suponho que seja pq esse pequeno grupo de "jornalistas" não tenha frequentado uma universidade. Ela faz toda a diferença.

Anônimo Says:

Sua resposta é interessante, mas, mais uma vez, o fundamento teórico e ético da profissão está concentrado naquilo que diz respeito ao texto e a como e o que escrever. Não vejo como isso anularia o meu argumento anterior. É exagero dizer também que seria um mundo com textos técnicos, porque entraria nesse ponto o que se aprende de fato no Jornalismo, a técnica de escrever para tornar o assunto cativante e não com cara de manual. Pense nisso!

Renan Silva Says:

Talvez realmente não se tornasse tão técnico, mas é isso que revistas extremamente especializadas nos levam a pensar. Uma revista como a Mente&Cérebro por exemplo, não contém nenhuma matéria de cunho jornalístico, apenas artigos científicos. Agora, quando pegamos uma revista como a Caros Amigos, ou como a Piauí, percebemos claramente o quanto seus conteúdos se diferenciam. E outro ponto, se qualquer dito especialista de qualquer área pudesse ser considerado um jornalista, colunas inúteis como as do Paulo Sant'Ana (entre outros) se espalhariam por jornais, sites e revistas do Brasil. E não falemos apenas do jornalismo impresso. Você acha que um programa como o Profissão Repórter utiliza conhecimentos puramente técnicos para sua concepção? Sinceramente, ainda percebo sua visão como preconceituosa quanto à profissão. Jornalismo envolve muito mais do que normas de redação e estilo. E ser jornalista é ser um especialista em comunicação primeiramente. E comunicação é bem mais do que saber utilizar as palavras. Quer um exemplo do que seria o jornalismo caso as emissoras concordassem com seu pensamento? http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/2010/04/06/liberdade-de-expressao/ Talvez seja um pouco de exagero de minha parte, mas acredito realmente na importância que o jornalismo tem enquanto curso universitário, principalmente no que diz respeito à qualidade da informação e à formação de opinião.

Anônimo Says:

Não, você não está compreendendo bem a minha posição. Eu acredito que o Jornalismo seja fundamental para formar verdadeiros jornalistas, ou seja, pessoas aptas a escrever e criar revistas interessantes como a Piauí, por exemplo. A questão é que, por si, e isso vai de encontro com o seu post, o Jornalismo não prepara o profissional para abordar certos temas que ele se vê obrigado a discorrer a respeito todos os dias e, justamente por esse motivo, é que se espalha tanta desinformação. Seu último comentário me decepcionou e mostra uma imaturidade ao encarar coisas como colunas de opinião – caso do Paulo Sant'Anna – e revistas científicas, mas o que mais espanta é que você ligou minha opinião ao caso daquele programa paranaense. O que isso tem a ver? Faz bem de estar na universidade, pois claramente você ainda tem muito a aprender, e, se for responder a este comentário, respire fundo, porque irracionalidade não leva ninguém a lugar algum. Pense nisso!

Renan Silva Says:

Meu amigo, você acha mesmo que vou perder a racionalidade por algo tão sem sentido? Primeiro, não entendo a decepção. E explico a razão. Colunas de opinião são fragmentos do jornalismo opinativo presentes em cada veículo. E isso não é novidade. Mas me diga, qual a qualificação do colunista em questão? Quanto ao programa dito "policial", tem tudo a ver com a discussão. A exemplificação é apenas para demonstrar o nível de programa que poderia se espalhar caso as emissoras concordassem que na universidade aprendemos apenas a técnica. Você que não entendeu o ponto em que quis chegar. Como disse, "poderia", não estou afirmando que é o único resultado possível. Talvez você esteja certo, e o jornalismo seria bem melhor se fosse apenas uma graduação de apoio, como você defendeu no primeiro comentário. Mas não acredito nisso. Segundo, quanto ao despreparo de muitos jornalistas, já disse e repito que concordo. Sabemos que muitos jornalistas são extremamentes despreparados. Mas aí entra em questão a má qualidade de muitas universidades brasileiras e o fato de muitos acadêmicos passarem pela universidade apenas para receber o diploma, e não para adquirir conhecimento. Terceiro, minha decepção é o fato de você ainda não ter revelado sua identidade. Realmente estou na universidade e tenho muito o que aprender. E não escondo isso. É por isso que me dedico a cada aula e estudo o máximo possível para não me tornar um jornalista medíocre. E como estudante, não sou dono da verdade. Por isso sei que meus argumentos podem não convencê-lo. Mas me entristece o fato de estarmos em uma discussão tão rica e você não se revelar.

Anônimo Says:

Acho que, diante da situação que se vê no Brasil, já é possível, infelizmente, generalizar minha afirmação sobre a desinformação. E, como você disse, tem gente que passa pela universidade apenas para retirar o diploma no final e são com essas pessoas que fica mais evidente a necessidade do jornalista de ser uma pessoa informada, seja com outra graduação ou não, para tentar um consenso nesta discussão. Não penso mesmo que o que eu disser possa mudar a sua opinião, ainda mais da sua posição como estudante de Jornalismo. De minha parte, declaro este debate como encerrado. A minha intenção com estes comentários foi mostrar que é grande o mundo em que pessoas como nós podemos viver com opiniões conflitantes sem perder a civilidade. É disso que a sociedade está precisando. Pense nisso!

Renan Silva Says:

Concordo. De minha parte o debate está encerrado também. Mas foi interessante conflitar argumentos. E tenho certeza de que há muitos profissionais ou estudantes capacitados e bem informados a ponto de manterem uma discussão civilizada. Assim como há jornalistas e estudantes da área que são incapazes de tal atitude. Mas temos que conviver com isso.

Vanessa Says:

Concordo com o primeiro comentário que eu li,o da Taissi.
Acredito que estamos vivemos em tempos onde fica quase impossível pensar em uma aréa da comunicação sem a outra. Os profissionais da comunicação se completam e com isso conseguem grandes feitos.

ps:Muito bons os argumentos do Renan,mostra a paixão que ele tem pelo Jornalismo,e é isso que faz os grandes profissinais.

Yaya / Says:

Renan, parabén pelo texto! Talvez minha opinião não seja tão 'importante' pra ti, uma vez que tu sabes que sou tua fã e sei que tu serás, minto já és, um esplêndido jornalista!

Acho difícil alguém que não faz parte desse mundo, que não vivencia na pele a rotina de um comunicador, de um jornalista, julgá-la. Concordo também com a Thaíssi, pois todas as áreas da comunicação social se complementam!

Sucesso para todos nós comunicadores nesse trabalho como Focas do Q? =)

Emilin Grings Says:

Ótimo texto Renan.
Sou muito orgulhosa de fazer parte da profissão mais completa do mundo.

Concordo com o que dizem as meninas, a comunicação é integrada. Todas as áreas se completam. E é por isso que suscita tanta paixão.

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