Retrotech, um concerto de música eletrônica

Postado por Fábio Goulart , terça-feira, 27 de outubro de 2009 terça-feira, outubro 27, 2009

O Retrotech é, como projeto musical, um concerto de música eletrônica baseado em sintetizadores e baterias eletrônicas analógicas da década de 70 e 80. A proposta do Retrotech é apresentar aos expectadores composições inéditas inspiradas justamente nestas décadas que remetem ao momento da gênese de todos os sons que consagraram a música eletrônica. Foi criado em 2007, e lançado no mundo pelo músico, produtor e arranjador brasileiro, Carlos Trilha.

O grande detalhe desta produção é a não utilização de samplers; todas as bases são programadas e geradas a partir de instrumentos verdadeiros, conferindo ao Retrotech um gradiente único deoriginalidade. O destaque fica para as apresentacões ao vivo, onde são levados ao palco instrumentos analógicos raríssimos que revelam ao público a operação desses incríveis equipamentos. Além disso, o Retrotech também conta com um set especial de projeção com imagens generativas, sincronizadas através de softwares criados especialmente para promover uma experiência única ao público.

O Retrotech é mais que uma obra e mais do que uma experiência audiovisual emocionante, é uma inspiradora viagem no tempo para os amantes de arte contemporânea.

Um pouco sobre Carlos Trilha:
















Aos 9 anos de idade, Trilha iniciou seus estudos de piano erudito. Sua facilidade em aprender, e seu interesse por sons diferentes, logo redirecionaram seus movimentos em direção a musica pop e a música eletrônica.

Ele descobriu que instrumento misterioso era o sintetizador, que gerava aqueles sons que tanto lhe interessava ao ouvir seus discos preferidos do Kraftwerk, Vangelis e Jean Michel Jarre.

Mais tarde tornou-se músico profissional participando de muitos trabalhos diferentes em sua região. Trilha apresentou a primeira vez seu trabalho de composições próprias de música eletrônica no encerramento de um festival na Universidade Federal de Santa Catarina, o que chamou muita atenção do meio musical e da mídia local. Desde então, os convites para participar de shows e se integrar a bandas não pararam mais, dando a ele uma experiência rara para sua tão pouca idade.

Trilha se afirmou como tecladista de Rock, mas nunca deixou de se apresentar com seu trabalho instrumental eletrônico. Fez apresentações em teatros completamente lotados em 1987 e 1988.
Em 1989, foi convidado para se mudar para o Rio de Janeiro e integrar a banda de Léo Jaime. Seu conhecimento raro em síntese e áudio logo foi percebido pelo meio musical carioca. O jovem músico, como acontecia em Santa Catarina, começou a ser muito solicitado para participar de gravações e shows de grandes artistas como Kid Abelha e Leoni.

Em 1992 foi convidado para apoiar a Legião Urbana. Sua afinidade musical com o grupo despertou o interesse de Renato Russo que convidou-o para arranjar e produzir seus trabalhos solo.

Sua experiência com os samplers e sintetizadores acabaram transformando Trilha em um dos brasileiros pioneiros do audio digital; pois, ao se deparar com a primeira estação ProTools do Brasil, no estúdio Discover no Rio de Janeiro, Trilha já tinha conhecimento sobre o assunto, o que acabou transformando-o em uma espécie de sócio/colaborador do estúdio. Ele entrou no Discover em 1993 para trabalhar com Renato Russo, e saiu somente em 1997 quando se mudou para o seu próprio estúdio no Jardim Botânico. Durante esses anos Trilha realizou centenas de programações, arranjos, produções e participações com praticamente todo o cenário musical carioca.

Carlos Trilha acabou tornando-se um músico, produtor, arranjador e programador muito conhecido e respeitado no meio artístico.

Alguns instrumentos usados no Retrotech:

TR 909
É uma bateria eletrônica da Roland do início da década de 80. Foi amplamente utilizada pelo gênero Acid House, que popularizou seus timbres pelo realismo dos pratos e bumbos verdadeiramente pesados. Com controles de afinação independentes, implementação MIDI e um sistema de programação moderno, a TR 909 foi o grande trunfo da Roland que revolucionou o mercado utilizando tanto sons analógicos como digitais em sua arquitetura.

Piano Rhodes
Inicialmente feito para terapia de soldados feridos durante a segunda guerra mundial, o piano Rhodes era apenas um bebê com modestas 2,5 oitavas e cordas em sua composição. Muita história e evolução aconteceram até 1970, quando foi criado o piano elétrico Fender Rhodes 88. A partir daí, a cada cinco pianos vendidos, um era o 88. Provido com auto-falantes e amplificador bullet-in, esse diamante da música é apreciado até hoje por quem admira um bom som de um vintage.

TR- 505
É mais um da família de baterias eletrônicas da Roland. Possui sons assustadores e canais separados para cada instrumento MIDI. Por possuir 16 tons de tambores, memória para 48 patterns e 6 canções e ótima funcionalidade com computadores e seqüenciadores, é possível conseguir incríveis padrões de bateria.

TR 808
É a bateria eletrônica clássica da Roland, lançada em 1980. Foi a primeira bateria eletrônica realmente programável, com ajuste de acentuação de timbres individuais. Somente foi redescoberta após sua descontinuação no final da década de 80, onde definiu a estética Eletro, movimento da cena independente de Detroit, passando a ser ferramenta de todos os produtores de HIP HOP e Tecno.

MS-10
É um sintetizador analógico clássico conhecido por seas grandes e graves sons percussivos. Foi lançado pela Korg em 1978 com um aspecto autentico de mini-VCO, sendo um mono-synch pequeno, mas muito potente. Com seu teclado compacto de 32 notas, o MS-10 ainda possui um input de filtro externo, mais uma das interessantes características que chamaram a atenção de algumas autoridades em sintetizadores, entre elas: The Orb, SkyLab e the Chemical Brothers.


O Concerto




Retrotech em Florianópolis




Podcast sobre Retrotech:






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